Aleluia, tchê!

“Gaúchos crentes usam a tradição do Rio Grande do Sul para evangelizar o próprio povo”

Quando o assunto é missões transculturais, logo se pensa em países longínquos, costumes exóticos, tribos isoladas e outras coisas do tipo. Mas aqui mesmo, no Rio Grande do Sul, um grupo de crentes percebeu que só usando a cultura local seria possível evangelizar os próprios conterrâneos. Em Santana do Livramento, região de fronteira com o Uruguai, funciona a Querência Missioneira, um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) evangélico onde folclore, cultura e espírito missionário se misturam para levar àqueles gauchões empedernidos, amantes das tradições da terra e de um bom chimarrão, aos pés de Cristo.

Este interessantíssimo ministério é mantido pela Primeira Igreja Batista Nacional, liderada pelo pastor Jaci da Silva Rodrigues, 50 anos. Ele conta que tudo começou há dois anos, quando o pessoal da igreja percebeu que boa parte da cidade, que tem 90 mil habitantes, era avessa ao Evangelho.

Para quem não está habituado com as tradições gaúchas, é bom explicar que CTG é uma espécie de clube, onde grupos de dança, música e coreografias típicas se reúnem para manter vivos os hábitos, a culinária, o modo de vestir e a história. Em todo o Rio Grande do Sul, em diversas regiões do país e até mesmo no exterior, existem centenas deles. Todos os anos, durante o mês de setembro, os CTGs se reúnem e milhares de pessoas ficam acampadas celebrando a Semana Farroupilha, que homenageia a revolução que leva o mesmo nome, ocorrida lá no século 19. A festança acontece ao redor do fogo de chão, com muito churrasco e chimarrão, poesia, música e dança, relembrando a história e contando causos.

Na Querência Missioneira, tudo acontece de acordo com o figurino da tradição, mas a ênfase é dada ao Evangelho. Embora muitos líderes evangélicos locais ainda não tenham fechado com a idéia, o pastor Jaci e seus auxiliares garantem que há um engajamento de praticamente todos os crentes da cidade. Segundo Marta Lopes Tonollier, 26 anos, uma das responsáveis pelo trabalho, é preciso firmeza: “Existe muita crítica e resistência”. Assim como a história da maioria dos habitantes de Santana do Livramento, Marta nasceu numa família de tradicionalistas. Há dois anos, ela se interessou pelo trabalho da Igreja Batista e, com a aproximação, acabou se convertendo ao Evangelho.

Por H.Guther Faggion

Autor: Revista Eclésia

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