“Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel” (Salmos 91.4).
Olga falava com uma colega, depois da aula, a respeito de literatura. Discutiram sobre autores, temas e trechos mais relacionados com o assunto. Para não prolongar mais a conversa, a colega se deteve mais informando sobre uma obra recente, muito interessante, que apresentava a história de
certos povos antigos de forma profunda, dando conta da sua cultura, seus costumes e poder econômico. Tanto a colega elogiou o livro e seu estilo, que Olga acabou também por adquiri-lo.
Assim que o teve nas mãos, principiou a leitura. Leu a introdução e começou a leitura do primeiro capítulo; mas depois de tomar conhecimento daquela parte do conteúdo, perdeu a empolgação e guardou o livro entre os demais.
Estava convencida de haver sido influenciada pela colega que, sem dúvida, exagerara na propaganda.
Já na faculdade, certa vez, numa excursão, Olga conheceu um jovem com quem muito simpatizou. Tornaram-se inicialmente bons amigos, mas depois se transformaram em namorados. À medida que iam se conhecendo melhor, Olga se encantava cada vez mais com a solidez do caráter, a firmeza da personalidade e o conhecimento intelectual tão profundo do namorado.
Certo dia, num período de férias, quando recebeu a visita dele, os dois saíram a passeio pela cidade. Revelando desejo de conhecer o museu municipal encaminharam-se para lá. Ali, quando examinavam certas particularidades de uma múmia, ele revelou à namorada que havia escrito um livro sobre a origem
e civilização de alguns povos da antiguidade, porém, o nome do autor saiu com um pseudônimo, Não foi difícil para Olga descobrir que era ele o autor daquele livro que ela começara a ler.
Logo que o namorado retornou, ela, agora com novo interesse, nova visão do assunto, voltou à leitura. Parecia-lhe outro livro! Como tudo era curioso!
E que estilo agradável–simples, seguro e claro. Cada um dos capítulos constituiu-se numa verdadeira fonte de informações novas para Olga. Na verdade, era o mesmo exemplar; a diferença estava no fato de que agora ela conhecia e
amava profundamente o autor.
É a maravilha do amor operando através do conhecimento.
Quando conhecemos melhor o nosso semelhante, nós o amamos.
E, por amá-lo, passamos a admirar suas qualidades e a ver com interesse o lado positivo da sua vida. O desamor, tão cultivado em nossos dias, veio pela falta de conhecimento mais íntimo do ser humano, cada vez mais carente de afeto.
Saberemos amar também mais profundamente a Deus, se procurarmos conhecê-lo mais íntimamente e profundamente.
Autor: Paulo Roberto Barbosa