Apenas o Salario

Certa manhã, quando atravessava um campo, notou que uma porção de abelhas voava ao redor de um grande tronco. Seguiu naquela direção e notou que era uma colméia.
Nisto, aproximou-se um homem que começou a recolher o mel.
Era tão grande a sua habilidade que o apicultor não hesitou em contratá-lo para dirigir a sua indústria.
O novo operário não poupou esforços e a produção aumentou sensivelmente.
Quando teve de empreender sua viagem, o apicultor chamou-o para orientá-lo: o produto deveria ser vendido semanalmente e o resultado teria de ser depositado no banco até a sua volta, que deveria acontecer no espaço de dois ou três meses aproximadamente.
Apesar da ausência do patrão, a indústria crescia a olhos vistos e a sua conta bancária também.
Em face de tão imediato crescimento, o operário administrador começou a sentir-se insatisfeito, achando que recebia muito pouco para estar transformando o patrão num homem afortunado…
Tanto moeu e tanto ruminou essa idéia, até que um dia tomou a infeliz decisão: guardaria parte do mel em latões, num dos depósitos vazios, e quando aparecesse algum comprador ambulante ele o venderia, embolsando o resultado.
Da idéia concebida à sua consumação foi um curto passo.
Em pouco tempo, eram muitos os litros de mel colocados à parte, nos latões disponíveis.
Entretanto, antes que conseguisse negociá-los, como pretendia, o inesperado aconteceu: a chegada do patrão, antes do tempo previsto.
Sentado numa pedra ao lado das inúmeras colméias, o operário o avistou. O susto juntamente com o seu comprometimento fez com que ele saísse em disparada, rumo ao depósito onde escondia o mel, na intenção de ocultá-lo.
O patrão já o havia procurado por todo o terreno e se dispunha a retornar, quando ouviu gritos e gemidos que partiam do depósito que deixou vazio quando partiu.
Aproximou-se e, entrando, encontrou o seu administrador contorcendo-se de dor, caído no chão, ao lado de uma poça de mel que caía de um latão tombado.
É que, na pressa de esconder os latões, o homem tropeçou num deles, caiu de mau jeito e provocou uma séria torção no pé.
Desapontado diante da cena que presenciava, o apicultor não teve outra alternativa senão a de chamar o operário-administrador e lhe pedir explicações.
Não tendo como negar, embora procurasse fazê-lo, o empregado confessou o roubo, justificando as suas razões mesquinhas.
O patrão, que havia determinado premiá-lo com certa porcentagem dos lucros, o despediu, entregando-lhe apenas o salário a que tinha direito.
A deslealdade gera insatisfação e desconfiança que resultam em prejuízos para todas as partes.

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