Boa Vontade no Servir

 Certa senhora estava sempre muito sobrecarregada de tarefas, mas um dia ouviu dizer que a sua melhor amiga, que morava na parte velha da cidade, estava muito doente e também muito sozinha.
Pensou, então, em preparar-lhe imediatamente uma substanciosa sopa de legumes, porém, diante da absoluta falta de tempo, estava em dificuldade no sentido de executar o seu plano.
O que fazer? Não poderia deixar sua amiga sem esse atendimento.
Denise, sua filhinha de apenas oito anos, desejou cooperar e falou:
– Mamãe, deixe-me comprar os legumes para você. Tomarei todo o cuidado ao atravessar a rua e ficarei também atenta na escolha das verduras.
– Isso seria ótimo, filha! Tem certeza que poderá fazê-lo?
Só assim poderei preparar a sopa para a minha amiga tão sofrida pela doença e, talvez, muito mais pela sensação de se sentir só.
Tudo deu certo e aquela mãe, cheia de gratidão, pôde preparar carinhosamente a sopa que planejara.
Porém, eis que surge um novo problema: a filha teria de ir para a escola e ninguém mais havia com quem pudesse ela contar E agora? Quem levaria a sopa para a amiga enferma?!
Ao acompanhar a filha que saía para a aula, da porta ela viu um rapazinho encostado no muro, ao lado da sua casa. Parecia preocupado.
– Boa tarde – disse-lhe a senhora. – Está esperando por alguém?
– Sim, senhora. Vim trazer um bilhete para o despachante.
Papai disse-me que ele toma as refeições aqui nessa lanchonete, mas está demorando tanto!
– Olha, filho, se você tem pressa, pode deixar comigo o bilhete e esteja seguro que o entregarei tão logo ele apareça para almoçar.
Conheço-o bem. É provável que se demore um pouco mais e não há necessidade de continuar esperando.
– Mas a senhora tem certeza de vê-lo ainda hoje? É importante a mensagem contida no bilhete que papai está mandando – argumentou o rapazinho.
– Não tenha dúvida; ele há de vir e eu não me esquecerei do bilhete.
O mocinho, ao aceitar o oferecimento daquela senhora, agradeceu-lhe dizendo:
– Sou-lhe muito grato. Gostaria de poder retribuir sua atenção.
– Não se preocupe com isso. Mas… a propósito, onde você mora?
– Moro na parte mais antiga da cidade. Mudamos para lá há pouco tempo.
– Por acaso, terá de passar perto de uma casa amarelinha, que tem na sua frente duas grandes jaqueiras?
– Sei onde fica e, se for necessário, poderei passar por lá porque minha casa fica bastante além dessa.
– Isso veio a calhar. Pode levar uma marmita para a pessoa que mora ali?
– Com muito prazer!
Assim, a enferma recebeu a alimentação de que carecia; Denise colaborou comprando os legumes; o rapazinho ajudou conduzindo a sopa pronta e a senhora foi útil também ao entregar o bilhete, além do preparo da alimentação.
Porque houve boa vontade no servir, também cada um foi recompensado.

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