Um agricultor, em seu leito de morte, chamou seus três filhos para repartir entre eles os bens.
Aos dois mais velhos foram destinadas as mais belas terras enquanto que o Ernesto recebeu como herança um banhado, imprestável para a agricultura.
Os amigos quando souberam dessa estranha divisão de bens, se solidarizaram com a injustiça cometida pelo velho.
– Que azar, heim homem?
O Ernesto, no entanto respondia: “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
Passou um ano e uma seca terrível atingiu aquela região. Todas as plantações morreram por falta de umidade.
A terra de banhado do Ernesto ficou boa para a agricultura. Ele plantou e colheu em abundâcia.
O preço estava em alta. Ganhou muito dinheiro. Os seus amigos foram visitá-lo para cumprimentá-lo.
– “Que sorte, heim homem”.
Ele, no entanto respondia: “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá”.
Um tempo depois ele foi comprar um lindo cavalo de raça. Era caro, mas era um puro sangue.
Comprou o cavalo e naquela mesma noite o animal fugiu. Ninguém conseguia encontrá-lo.
Os amigos vieram visitá-lo com ar de decepção. Tanto dinheiro investido naquele animal e nenhum prazer. Não ficou nem uma noite no curral.
– “Que azar, heim homem”.
Ele, no entanto respondia: “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Três dias se passaram e no amanhecer do quarto dia uma grande surpresa.
O cavalo estava de volta e trazia com ele outros dois puro sangue selvagens. Era uma alegria só.
Os amigos vieram ver a novidade e com alegria diziam:
– “Que sorte, heim homem”.
Ele, no entanto, respondia: “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Passou mais uma semana e um dos filhos do Ernesto, com 18 anos, havia apostado que ele conseguia montar um dos cavalos selvagens.
A rapaziada ficou de se encontrar as escondidas, no domingo à tarde, no meio do pasto, onde estavam os cavalos.
O filho mais novo do Ernesto se aproximou com muito cuidado. O cavalo parecia assustado, mas não se movia. E, num só pulo, o rapaz pulou em cima do animal.
O cavalo selvagem assustado começou a pular com o rapaz em cima dele. Pulou duas ou três vezes até que o rapaz caiu. Na queda fraturou a perna.
Os amigos foram chamar o pai que levou o filho ao hospital. A perna precisaria ficar engessada por 45 dias.
Os amigos vieram visitar o Ernesto.
– Que azar, heim homem?
Ele, no entanto, respondia: “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”
Passou mais uma semana quando vieram os soldados com ordens claras.
Todos os jovens maiores de 18 anos deveriam se apresentar imediatamente para partir para a guerra.
Ninguém ficaria de fora, exceto por problemas de saúde. Todos os jovens tiveram que partir, apenas o filho do Ernesto, com a perna quebrada não precisou ir.
Os amigos, entristecidos, vieram a falar com o Ernesto. Os filhos deles agora estavam longe, correndo sério risco de vida.
Enquanto que o Ernesto tinha o filho dele ali, sob os seus cuidados.
– Que sorte, heim homem?”
Ele, no entanto, respondia, “Se isso é bom ou se é mau, só o futuro dirá.”