BRASIL, Um Potencial Inexplorado

O Brasil é a décima primeira economia do mundo. O atual governo tem enfatizado que somos a potência do novo milênio e despertamos a atenção de várias nações. Os negócios com o exterior vem aumentando a cada dia, e o reconhecimento e a esperança de um novo tempo para nossa nação é compartilhada por grande parte da população.
Esse crescimento também é espiritual. Segundo as estatísticas mais recentes, somos aproximadamente 30 milhões de evangélicos no Brasil. A Igreja Brasileira está se multiplicando de forma tremenda, com muitas conversões a cada dia. As escolas teológicas preparam mais e mais pastores e obreiros a cada ano. A literatura, mídia e a música evangélica têm despertado a atenção inclusive da imprensa secular. Nossa Igreja possui um grande potencial financeiro, e isso é reconhecido por muitas empresas que passaram a investir no chamado “segmento evangélico”.
Somos, de fato, um potencial inexplorado tanto econômica quanto espiritualmente. Porém, esse potencial acaba sendo muitas vezes pouco explorado. Basta olhar para o quadro de miséria em nosso país. Com certeza ainda há muito para ser feito. Precisamos de mais igrejas nas pequenas cidades no sertão do nordeste. Um trabalho mais forte nas favelas realmente é necessário. Mas vejamos o outro lado da questão. As estatísticas em nosso país afirmam que temos mais de 150.000 igrejas, várias rádios e programas de TV, além de literatura, jornais e revistas. A Bíblia é vendida livremente e em muitas versões. Basta ter interesse e a verdade está acessível. Graças a Deus por isso!
Mas quando olhamos para missões as expectativas não parecem ser tão positivas. O total de missionários estrangeiros no Brasil (2.981) ainda é maior do que o numero de missionários enviados (1.912). Se fizermos um cálculo aproximado, veremos que hoje em dia a proporção é de 10.000 crentes para cada missionário transcultural enviado (consideramos como missionário transcultural aquele que trabalha em uma cultura totalmente diferente da sua, que fala outra língua e possui hábitos bastante distintos dos seus).
Sabemos que as necessidades do nosso próprio país ainda são grandes, mas essa é somente parte de nossa tarefa como Igreja. Podemos continuar investindo apenas nos projetos de nossa igreja local ou de nossa denominação. Essa é uma parte importante de nossa vida cristã, mas será o suficiente?
Jesus deixou bem claro que a necessidade é enorme quando disse “erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo 4:35). E o mesmo Senhor posteriormente enviou a todos nós para essa ceifa: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15).
Muitos de nossos missionários estão chegando aos confins da terra. Mas quando olhamos para a realidade do mundo, ela é assustadora. O desafio é ainda maior se nos concentrarmos na região da “Janela 10-40” (assim denominada por estar localizada entre os paralelos 10 e 40 graus acima da linha do Equador e, de uma forma geral, abrange o norte da África, Oriente Médio e sul da Ásia). Dentro dela vivem o maior número de pessoas do mundo que ainda não possuem o Evangelho disponível. Parafraseando Oswald Smith, será justo tantos brasileiros ouvirem, lerem e receberem a pregação do Evangelho tantas vezes, e cerca de 2 bilhões de pessoas que vivem na Janela 10-40 não ouvirem nem sequer uma vez? Essa é uma questão que merece reflexão.
Precisamos ter uma visão mais ampla do alcance do Reino. Uma visão que vá além do horizonte, uma visão desde o céu. A Igreja Brasileira realmente é um grande potencial inexplorado. Há uma frase que ouvi que diz: “Uma visão sem ação é somente um sonho. Uma ação sem visão é apenas um passatempo. Uma visão com ação pode transformar o mundo”.
Deus deu aos cristãos a tarefa de alcançar toda a terra. Isso inclui todas as nações, todos os povos e todas as línguas. Deus ama o mundo todo. Nossa responsabilidade não pode estar limitada apenas ao cenário local. Uma Igreja que cresceu tanto em tão pouco tempo não tem desculpas para enviar um numero tão pequeno de missionários.
O mandamento divino requer ação, mas esta é uma idéia desconfortável. Limitar essa ação ao nosso país é uma obediência parcial. O que a Igreja brasileira poderá dizer ao Senhor quando o encontrar face a face, se não olha para tantos perdidos no exterior e nas tribos indígenas do nosso país que nunca tiveram uma oportunidade de ouvir o Evangelho em sua própria língua?

Podemos direcionar melhor nosso potencial. Deus não está limitado às fronteiras de nosso país. Por causa de nossa economia e de nosso sucesso no esporte estamos chegando a vários lugares e sendo conhecidos em todo mundo. Não será tempo de ficarmos conhecidos também como uma Igreja que usa bem os recursos financeiros e materiais que dispõe? Parece que nosso potencial ainda permanece inexplorado. Até quando… ?

Por Reinaldo Teixeira (estrategia@mhorizontes.org.br)

Autor: Reinaldo Teixeira

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