De volta a Idade Média

A cada dia somos surpreendidos com novos fatos que nos levam a mais profunda perplexidade. Em nossos templos, percebem-se as mais estranhas esquisitices que só em mencionar me faz ficar ruborizado. Unção do riso, unção do cachorro, unção do leão, troca de anjo da Guarda, Arrebatamento ao 3º céu, seguido por novas e inéditas revelações; sal grosso pra espantar mal olhado, maldições hereditárias, encostos, óleo ungido pra arrumar namorado, “Hieraquirzação apostolar”, dentre tantas outras coisas mais, tornaram-se infelizmente marcas dessa geração.

As praticas litúrgicas da Igreja evangélica brasileira fazem-nos por um momento pensar que regressamos aos tenebrosos dias da idade média, até porque, esses dias, como no século XV também são marcados pela mercantilização da fé. Nessa perspectiva, as bênçãos de Deus não são frutos de sua maravilhosa graça, mais sim, conseqüências diretas de uma relação baseada na troca ou no toma-lá-dá-cá. Neste contexto, tudo é feito em nome de Deus e pra se conseguir a benção é absolutamente necessário pagar e pagar alto!

Por favor, responda sinceramente:

Qual a diferença da oferta extorquida do povo sofrido nos dias atuais pra venda das indulgências da idade média?

Qual a diferença dos utensílios vendidos na idade média, pro os bibelôs comercializados em nossos templos nos dias de hoje?

O que me chama atenção, é que a igreja evangélica brasileira diante de tanta sandice advoga a causa de que estamos vivendo momentos de um genuíno avivamento. Outra vez lhe pergunto: Será? Que avivamento é esse, que não produz frutos de arrependimento? Que avivamento é esse que não muda o comportamento do crente? Que avivamento é esse que não converte o coração do marido a esposa e vice-versa? Que avivamento é esse que dicotomiza a relação entre pais e filhos? Que avivamento é esse que relativiza a ética?

Amados, tenho absoluta certeza de que o tempo que vivemos é o momento que somos chamados por Deus para refletirmos a luz da história sobre o significado e importância da Reforma. Acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos, até porque, somente assim, sendo reformados em nossos conceitos poderemos novamente sair deste momento preocupante e patológico da Igreja evangélica.

Sole Deo Gloria,

Autor: Pr. Renato Vargens – escritor, conferencista e pastor da Igreja Cristã da ALiança em Niterói-RJ

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