“Ó Pai, às vezes até um pastor precisa ouvir de ti a confirmação que tu estás ciente dele”, supliquei em pensamento.
“Papai, vamos comer pizza?” era a voz de meu filho Dan, que me despertou, fazendo com que saísse daquele estado de abatimento.
Logo em seguida, minha esposa Bárbara e minha filha Becki se manifestaram, apoiando a sugestão de Dan. “Está bem”, repliquei.
Saí da rodovia e entrei na cidade de Dayton, em Ohio e logo avistamos placas de lanchonetes.
Escolhemos um lugar, estacionei o carro e as crianças, apressadamente saíram do trailer com minha esposa, que me perguntou:
– Você não vem?
– Não; não estou com fome, respondi. Vou esticar as pernas e relaxar.
Saí do carro, parei numa sorveteria, tomei um refrigerante e pus-me a caminhar de volta para o veículo, andando lentamente, e pensando na sensação que experimentava com relação à indiferença de Deus.
De repente, o toque de um telefone arrancou-me da apatia em que me encontrava. Era o telefone de uma cabine de rua, no posto de gasolina, um pouco adiante. Cheguei perto e olhei ao redor para ver se alguém ia atender, mas, o frentista encarregado parecia não estar ouvindo.
Continuei a caminhar, mas a curiosidade foi maior que a indiferença.
Entrei na cabine e peguei o fone:
– Alô! Disse automaticamente.
E a telefonista do outro lado: – Chamado interurbano para o Sr. Ken Gaub.
Arregalei os olhos, quase me engasguei com o gelo da coca, e respondi:
– Você deve estar louca! Não pode ser! Eu estava só passando por esta rua, e ouvi o telefone tocando…
A telefonista não deu atenção à minha explicação e indagou: – O Sr. Ken Gaub está?
Eu ainda procurava uma explicação para o que estava acontecendo, e de repente, pensei que era um daqueles programas de TV que pegam as pessoas desprevinidas.
Ajeitei o cabelo, saí da cabine, olhei para os lados, mas não avistei nenhuma câmera de TV.
Aí a telefonista impacientemente indagou:
– Tenho um interurbano para o Sr. Ken Gaub, ele está?
Então meu confuso respondi:
– Até onde sei, estou.
Ouvi outra voz entrar na linha:
– É ele, telefonista. Deve ser ele.
E a pessoa que ligava passou a falar comigo.
– Ken Gaub, disse ela, e eu ia escutando cada vez mais perplexo, meu nome é Millie, estou na Pennsylvania.
O senhor não me conhece, mas estou desesperada, e preciso que me ajude.
E aí começou a chorar… Estou com vontade de me matar. Escrevi um bilhete de explicação, mas quando estava escrevendo, comecei a chorar e orar.
Disse à Deus que não queria fazer isso, então, lembrei-me, do sr. num programa de TV e pensei que poderia me ajudar. Mas, era impossível, porque não tinha idéia de como me comunicar com o senhor, e não conheço ninguém que poderia me ajudar.
E quando estava escrevendo vieram à minha mente uns números, e os anotei.
Enquanto a escutava, fiquei orando silenciosamente pedindo a Deus sabedoria para aconselhá-la.
E ela continuou:
– Fiquei olhando aqueles números e pensei: “Seria maravilhoso se esse número fosse do telefone do Pr. Ken; seria um milagre de Deus.” E resolvi ligar.
Achei que valia a pena fazer uma tentativa. E valeu.
Quase nem posso acreditar que estou falando com o sr. Está em seu gabinete pastoral?
– Minha senhora, repliquei, meu gabinete pastoral é em Washington.
Ela se mostrou surpresa e perguntou:
– Então onde é que o senhor está?
– Minha senhora, talvez não acredite no que vou dizer, mas estou numa cabine telefônica em Ohio, no meio de uma viagem.
Compreendendo que aquele contato só poderia Ter sido conduzido por Deus, passei a conversar com aquela mulher, aconselhando-a com toda seriedade.
Ela me falou de seu desespero e frustração, e pouco depois fazia a oração de entrega pessoal à única pessoa que realmente poderialivrá-la da situação em que se encontrava e dar-lhe uma nova vida
– Jesus Cristo.
Quando me afastei daquela cabine telefônica, tinha uma maravilhosa consciência do interesse de Deus por cada um de seus filhos.
Com tantos milhões de números de telefone, somente um Deus onisciente poderia Ter levado aquela mulher a ligar para aquela cabine telefônica, naquele momento.
E foi quase explodindo de entusiasmo que subi os degraus do trailer.
Será que meus familiares iriam acreditar no que acontecera?
– Bárbara, disse à minha esposa, você não vai acreditar no que vou lhe dizer: Deus sabe onde estou!”