Depois da Beija-Flor ter anunciado uma cena em que Cristo atiraria! contra o Diabo, outra polêmica religiosa promete dar samba. Desta vez é a Portela que vai levar para a avenida, em sua última ala, um componente representando um pastor evangélico. A novidade desagradou aos representantes da religião.
No enredo sobre a Cinelândia, o carnavalesco Alexandre Louzada resolveu trazer na “Ala do Povo” vários tipos que circulam pela praça, como prostitutas, mendigos, médicos, secretárias e evangélicos.
– A Ala traz o povo do Rio, do Brasil. É todo mundo que passa na Cinelândia – Conta.
Mas representantes das igrejas evangélicas não gostaram de ver um folião vestido de religioso na ala.
– Os evangélicos não pactuam com o carnaval, o consideram uma festa mundana e nunca estariam nessa situação de protagonista – diz o pastor Belardim Pimentel, secretário-geral da Convenção Batista Carioca.
O deputado estadual Edson Albertassi (PSB) , também evangélico, considerou a atitude inadequada.
– Faltou bom senso à escola. Eles estão expondo as pessoas que professam a religião – opina.
O vice-presidente da Portela , Paulo Miranda, acha que a escola não está ofendendo os religiosos.
– Há uma proibição de levar símbolos sacros para a avenida, mas não é o caso – observa Paulo Miranda.
Cristina da Conceição, presidente do Conselho da Portela, defende a idéia:
– Estamos apenas mostrando que os evangélicos fazem parte do provo brasileiro – disse.
O aderecista Valdecir da Costa, de 22 anos, que vai representar o evangélico na Avenida, imaginou que fosse provocar polêmica:
– Os religiosos podem não gostar. Mas eu acho que o carnaval vale tudo.
Autor: O Globo