Fio Pra Cima

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros. e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7).

Na solidão, bem no interior da selva, vivia uma velha aranha. Estava acomodada, contente consigo mesma e conformada com as moscas, mosquitos e outros insetos que ficavam presos em sua teia, fornecendo-lhe o sustento
necessário à sobrevivência.

Certo dia, entretanto, essa velha aranha recebeu a visita inesperada de uma jovem neta. Ao penetrar no mundo onde vivia a avó, ficou pasmada com o tipo de vida tão primitiva que esta levava. Diante do espanto da sua terceira geração, a vovó argumentou:

– O que preciso mais? A sombra é boa, o orvalho da manhã bem fresquinho e a teia habilmente estendida! Com tudo isso,a minha vida está segura.

– Mas vovó, o mundo lá fora mudou muito. Perdida aqui no coração desta selva, você não se apercebeu que hoje tudo é diferente. Nova mentalidade, reformas e racionalização de tudo é a tônica do momento.

A neta deixou a avó depois de alguns dias, mas as suas observações ficaram soando ainda aos ouvidos da velha aranha. Ela, que sempre fora tão calma, começou a agitar-se.
Não lhe fez bem ouvir que estava ficando desatualizada e que seus métodos eram antigos e ultrapassados; isso acabou definitivamente com o seu sossego. Em face de tudo isto, tratou de inspecionar toda a sua fabricação, para ver o que poderia ser reformado e modernizado. Examinou cuidadosamente
todos os fios que completavam a sua teia e notou que nenhum deles era inútil nem supérfluo. Todos eles eram precisos para a sua existência.

Mas, e aquele fio que vai direto para cima?! – pensou ela.
Para que serve, afinal? Nunca inseto algum enrolou nele! Sem melhor raciocinar e ponderar sobre o assunto, cortou o fio.
Nesse instante, para a sua completa surpresa, toda a teia desabou. Era aquele, justamente, o fio mais importante, porque ele sustentava toda a sua teia. Desse único fio para cima dependia tudo e a velha aranha, experiente e tão bem vivida, ainda não havia se apercebido desse fato de importância vital.

Ainda hoje, homens e mulheres experientes e informados a respeito de tudo quanto lhes cerca, não sabem que do fio estendido para cima, até tocar o infinito, depende toda a nossa existência aqui e no além, porque ele representa a nossa comunhão com Deus. É ele que mantém o equilíbrio da
nossa vida. É ele ainda que não permite o desabamento do nosso físico, espírito ou personalidade, quando as catástrofes procuram nos destruir por todos os meios de ação. A firmeza, felicidade e prosperidade da nossa vida aqui na terra dependem da ligação diária e perene, que mantivermos com o nosso Deus.

“Une-te, pois, a ele e tem paz, e assim te sobrevirá o bem.
Tu orarás a ele e ele te ouvirá” (Jó 22.21, 27).

Autor: Paulo Roberto Barbosa

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