“O público terá que se concentrar na parte visual” do filme, disse Gibson
21 de janeiro, 2003
Às 7:48 PM hora de Brasília (2148 GMT)
LOS ANGELES, EUA — Mel Gibson reconhece ter uma bronca antiga com o Vaticano porque, entre outros fatos, a Igreja Católica permitiu que as missas fossem traduzidas do latim para o idioma de cada povo. Por essas e outras, o ator decidiu produzir um projeto inusitado: um filme sobre a vida de Jesus Cristo narrado em duas línguas mortas – e sem legendas.
“A Paixão”, que enfoca o dia em que Cristo foi crucificado, está acabando de ser rodado ao custo de 25 milhões de dólares, segundo a revista “Variety”.
Nos papéis principais, Jim Caviezel, de “Além da Linha Vermelha”, faz o Salvador e a exuberante atriz italiana Monica Bellucci interpreta Maria Madalena.
Além de produzir, Gibson também dirige e banca o filme, todo ele em aramaico e latim – atitudes que realçam ainda mais o desgosto do “Mad Max” com a Santa Sé.
Gibson, 47 anos completos no último dia 3, revelou nunca ter aceitado as mudanças nas políticas da Igreja, especialmente no que diz respeito às missas, que deixaram de ser rezadas em latim.
Em seu primeiro trabalho como diretor desde “Coração Valente” (1995), Gibson está certo de que a falta de legendas não afastará o público dos cinemas.
“O público terá que se concentrar na parte visual”, sugeriu. “Antes do cinema falado, havia o cinema mudo e todo mundo via”.
O aspecto visual promete, de fato, ser um dos pontos fortes de “A Paixão”. Haverá recriações bem realistas da maneira como Cristo foi torturado antes de ser crucificado.
Durante as filmagens, Caviezel, que é católico praticante, passou nada menos do que 15 dias na cruz e foi atormentado de tal maneira que deslocou o ombro.
O protagonista encantou-se com o projeto: “Há muito sofrimento. Felizmente, Deus está me ajudando”.
Gibson provavelmente precisará da ajuda divina, também. Faltando pouco para o filme acabar de ser produzido, o ator-diretor australiano ainda não encontrou nenhum distribuidor propenso a lançá-lo.
Autor: www.cnn.com.br
