Modismo de Doutrinas

Você nunca viu isto na Bíblia?
Talvez seja porque não está lá!

A facilidade com que muitos cristãos evangélicos aceitam e se apegam a modismos e novidades de doutrina é assustadora.
Parece haver uma tendência generalizada de não provar todo o ensino à luz da Palavra de Deus, provando todas as coisas e retendo o que é bom.
Se um livro é “best-seller” então aceita-se este fato como prova de que é de confiança.
A medida que o lêem, muitas pessoas depara-se com algum novo ensino e dizem: “Que maravilha, eu nunca tinha visto isto na Bíblia!”
É possível que a razão pela qual nunca tenham visto isto na Bíblia seja pelo fato de que tal ensino não está na Bíblia.
Permita-me fazer uma lista de novidade que eu tenho encontrado recentemente, provando-as para verificar se realmente são bíblica:

AME A SI MESMO
Tenho visto uma verdadeira avalanche de livros e artigos escritos sobre o tema do amor próprio.
A afirmação comum a todos estes escritos é a de que será impossível amar os outros enquanto você não se ame a si mesmo.
Os advogados deste ensino citam Mateus 19.19 como base: “Amarás o teu próximo com a ti mesmo”.
Dizem que temos uma ordem para que nos amemos a nós mesmos. Mas não é bem isto o que este versículo quer dizer. Ele nos ensina a amar o nosso próximo porque nós já amamos a nós mesmos.
A primeira parte do versículo é uma ordem; a Segunda é um fato.
Parece estranho promover o egoísmo quando este é condenado nas Escrituras, sendo ainda um sinal dos últimos dias: “…os homens serão egoístas”. (2 Tm 3.2).
Lendo estes livros cuidadosamente, pode se chegar à conclusão de que o que o autor quer dizer é que saibamos aceitar a nos mesmo.
Neste caso, o erro está no uso das palavras, que tornam o sentido ambíguo. Usar o termo “amor próprio”, quando se quer dizer “aceitação própria”, só serve para confundir as pessoas e fazer com que saiam em tangentes doutrinárias que, em vez de ajudar, atrapalham.

A CONFISSÃO NÃO É NECESSÁRIA
Pelo menos dois escritores que estão vendendo muitos livros são adeptos do ponto de vista de que o cristão não precisa confessar seus pecados; basta agradecer a Deus pelo fato de já estar perdoado.
Estes escritores, porém, não estão fazendo distinção entre o perdão judicial e o perdão paternal.
Quando primeiramente cremos no Senhor Jesus Cristo, recebemos o perdão judicial dos nossos pecados, ou seja, a pena foi paga pôr Cristo e o Juiz, Deus, aceitou este pagamento e, consequentemente, perdoou os nossos pecados.
Podemos, então, dar graças a deus porque fomos perdoados, de uma vez pôr todas, em relação ao castigo dos nossos pecados.
Existe, porém, o nosso viver diário, quando erramos constantemente e precisamos do perdão paterno que restaura e reata a comunhão e a comunicação com o nosso Pai.
Este perdão nós só o recebemos quando confessamos e abandonamos o pecado. O ensino que afirma não haver necessidade de confissão está em franca contradição com 1 Jo 1.9: “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e purificar-nos de toda a injustiça”.

PERDÃO PARA TODOS
Escrevendo a respeito de Marcos 11.25, um escritor muito conhecido dá-nos a impressão distinta de que devemos perdoar qualquer pecado que for cometido contra nós por qualquer pessoa.
Será que isto quer dizer que, se um homem sair de casa e for morar com outra mulher, a sua esposa deverá ligar para os dois dizendo que os perdoa? Penso que o ensino a respeito do perdão deve ser bem analisado.
Sempre que alguém fizer alguma coisa contra mim, devo perdoá-lo no meu coração e, assim, o problema fica entre ele e o Senhor.
Mas não sou eu quem irá administrar o perdão, isto é, não lhe digo que está perdoado até que ele se arrependa (Lc 17.3) – “…se ele se arrepender, perdoa-lhe”.
Perdoar alguém antes que ele se arrependa é, apenas, incentivar o seu pecado.

VAMOS OMITIR O “SE”
Um livro escrito a respeito da oração diz que mostramos falta de fé em nossas orações, quando dizemos: “se for a Tua vontade”.
Esta afirmação parece excluir toda a possibilidade de comunhão com Deus em oração se não pudermos fazê-la totalmente seguros da sua vontade.
O que dizer, porém, a respeito do Senhor Jesus que orou: “Pai, se for possível, passe de Mim este cálice, todavia não seja como Eu quero, mas como Tu queres”. – Mt 26.39?
E do apóstolo Paulo, que escreveu: “Espero permanecer convosco algum tempo, se o Senhor o permitir”. – 1 Co 16.7? E de Tiago, que disse: “Deveríeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como faremos isto ou aquilo” – Tg 4.15?
Eliminar as palavras “se for da Tua vontade” das orações no coloca em posição de darmos ordens oniscientes e não de fazermos súplicas como seres finitos, que realmente somos.

SUBMISSÃO MÚTUA
Outro mal entendido é o que se baseia em Efésios 5.21: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”!
Este versículo é usado para ensinar que marido e mulher devem submeter-se um ao outro, ponto de vista muito caro às feministas cristãs.
Mas, será esta a verdade contida no texto supra citado? Será que o marido e a mulher devem viver num círculo vicioso de submissão servil, sem que ninguém tenha a palavra final?
O contexto do versículo 21, definem todos os relacionamentos nos quais deve haver submissão. As mulheres devem ser sujeitas aos seus maridos (v. 22), filhos devem obedecer aos seus pais (6.1) e servos devem ser obedientes aos seus patrões (6.5).
Total submissão de todos para com todos provocaria um impasse de inatividade.
E assim por diante. Livros e mais livros são impressos e muitos deles apresentam o seu novo modismo iludindo muitos leitores e criando um estado verdadeiramente caótico de doutrina.
A única esperança está em voltar a Ter um conhecimento equilibrado das Escrituras.

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