O filho
Disse a seu pai: Minha cabeça! minha cabeça! Então ele disse a um moço: Leva-o a sua mãe. Este o tomou, e o levou a sua mãe; e o menino esteve sobre os joelhos dela até o meio-dia, e então morreu. (2 Reis 4.19-20)
Certa vez fui chamado para falar com uma vizinha, amiga de infância que havia perdido seu bebé. Fiquei ali sem saber o que dizer. Quieto, aprendendo com aquele momento. A única coisa que disse foi que Ela ainda teria a oportunidade de ter outros filhos. Algum tempo depois ela engravidou e teve uma filha que continua a alegrar sua vida.
O texto de hoje fala sobre um filho. Um filho que foi desejado, esperado, mas que morre. Quando olhamos para textos como estes vemos como somos frágeis, mas acima de tudo ficamos tristes e até certo ponto com medo, pois esta é uma realidade que pode acontecer connosco.
Diante deste texto eu fico a imaginar que em nossos dias há muitos filhos a gritar pela ajuda dos seus pais e estes não se apercebem. Os pais estão preocupados demais em construir um futuro melhor que não podem olhar para o presente. Só se apercebem dos problemas quando estes já estão em uma proporção assustadora. Sendo assim, é preciso dizer: pais prestem atenção ao que os vossos filhos estão a dizer, quer por palavras ou pelas expressões do dia-a-dia.
Outro aspecto que vejo neste texto é que os filhos devem estar próximo aos seus pais. Pais não podem ficar longe dos filhos. É preciso acompanhá-los, estar com eles e ter a coragem de brincar com eles. Não se pode esperar que a tragédia chegue para ficar perto. Não devemos esperar a doença para mostrar o quanto amamos nossos filhos. É preciso mostrar afecto sempre. É interessante, o texto diz que o filho estava com o pai. Estava aprendendo a profissão do pai. Foi levado para a companhia da mãe por não se sentir bem. Acompanhamento é fundamental.
Outra situação muito importante é que os pais devem levar a sério as dores dos seus filhos. Não devem pensar que é uma coisa boba. Não podem achar que é parte do crescimento. É preciso encarar com seriedade as decepções que os filhos sofrem na escola, seus traumas e frustrações para que eles saibam que nos pais encontram um porto seguro. É o que acontece neste texto. O menino conta ao pai, pois sabe que o pai vai cuidar do seu problema. Quando pais não cuidam dos problemas reais dos seus filhos, estes fogem, procuram ajuda fora e muitas vezes caem nas teias dos vícios. Sendo assim, não espera uma dor maior para desfrutar da companhia dos seus filhos.
Vamos orar:
Querido Deus que estás, levantamos nossas vozes a ti que és Pai também e sabes melhor do que ninguém a dor de ver o sofrimento de um Filho.
Pai, nós suplicamos que nos dês a visão correcta e a coragem de dedicar mais tempo junto aos nossos filhos. Coragem para levar a sério as dores reais dos nossos filhos. Ouvidos bem atentos para ouvir os seus gritos de socorro.
Que tenhamos condições de acompanhá-los lado a lado e desfrutar do crescimento deles e alegrarmo-nos pelo que eles são.
Esta é a nossa oração em nome de Jesus.
Amém
Autor: Marcos Amazonas dos Santos