O Grande Tesouro

CENÁRIO:
Bem simples. Deve haver um poste com setas apontando em várias direções, escrito o nome de vários lugares (ex.: Lugar Nenhum, Nada, etc.) e uma delas será uma placa de indicação, escrita Terra da Tristeza.
Esse poste deve ser retirado no meio da peça, retornando no final.

PERSONAGENS:
Chiquinha: uma menina, tipo “maria-chiquinha e sardas no rosto”, ou um menino, tipo molequinho.
Pirata Malvado
Mago: ajudante do Pirata, é muito puxa-saco, nunca faz nada direito. Deve ter uma voz e risada irritantes
Elvis Spray: sósia de Elvis Presley. Cantor falido e desafinado
Menor: pode ser um menino de rua, ou alguma outra figura pobre. Cabe uma mulher grávida.
Robô: deve ter a voz bem estacada, metálica.
Tesouro: em um baú ou coisa similar, deve haver uma faixa, onde estará pintada a frase: Jesus Ama Você. A pessoa que for dar a palavra deve se basear nisso.

ROTEIRO:
A abertura da peça pode ser feita por palhaços (2 ou 3, apenas). Eles podem brincar com as crianças e explicá-las a peça. Podem brincar de “imagine” e transportar as crianças para a Terra da Tristeza, um lugar onde todos são muito tristes pois procuram um tesouro e não conseguem achá-lo.

(Chiquinha entra rodando, como em um sonho, e cai no chão desacordada. Para dar efeito, pode-se usar fumaça de gelo seco. Música de entrada: Som de ventos – banda Kadoshi – apenas uma parte do instrumental)

Chiquinha: Ai… aonde estou?? Nossa… que lugar triste, sem vida… Será que eu morri??
(entram o pirata e o mago carregando o baú do tesouro. Música sinistra. Eles devem deixar o baú em um canto do palco, e ficar rodeando Chiquinha e dando gargalhadas)

Pirata: Hahahaha! Não, bobinha, você ainda não está morta! Mas em breve estará! Hahahaha!!!

Mago: Ó idolatrado chefinho, não desperdice seu precioso tempo com essa mísera garotinha…
Pirata: (com raiva do mago, o afastando um pouco com um safanão) Fique Quieto, seu verme imundo!! Você não consegue acertar nem uma mágica, como pode querer dar palpites!! Cale a boca!

Chiquinha: (que até então olhava tudo muito espantada) Ei, quem são vocês? Será que podem me tirar daqui?

Pirata: Te tirar daqui?? Haha… Você quer sair daqui?! Há! Você nunca vai sair daqui. Essa é a Terra da Tristeza, e quem entra aqui, fica para sempre…!!! Hahahaha!

Mago: Hihihi… é isso mesmo, chefinho! A única saída daqui é o tesouro e… (o mago é interrompido pelo pirata, que sai reclamando e batendo nele)

Pirata: Cale a boca, seu estrupício, mentecápito!

Chiquinha: Tesouro?? Que tesouro é esse?? ( enquanto ela fala eles saem, e ela vai atrás deles, mas eles somem.) Ei! Voltem aqui!! Aonde eu encontro esse tesouro? (ela pára e fala desapontada) Puxa… e agora, como vou saber que tesouro é esse…?!
(entra o Elvis Spray, ao som de uma música de Elvis Presley, dançando e tocando uma guitarra)

Elvis: Yeahhhhhh! UHU! Obrigadú! Ei você, gatinha! Ouvi você falar no tesouro? Também estou procurando por ele. Porque não o procuramos juntos?

Chiquinha: Como posso confiar em você? Eu nem sei o seu nome, e minha mãe sempre me disse para não falar com estranho…

Elvis: Não seja por isso! Meu nome é ElvissssssssssssssSpray! O maior cantor falido da Terra da Tristeza. Pra falar a verdade, acho que sou o único…

Chiquinha: Você está aqui há quanto tempo?

Elvis: Bem, aqui não existe tempo, mas estou aqui desde que percebi que a minha voz, e o meu rebolado, já não agradavam mais ao meu público…e nem a mim mesmo…(começa a cantar bem desafinado. Chiquinha põe as mãos nos ouvidos)

Chiquinha: AI!!! Chega, pára, por favor!! Ufa… Mas, seu Elvis, você está aqui sozinho??

Elvis: Não sei… na verdade, eu nunca procurei por ninguém …

Chiquinha: Puxa, que triste… Ei, olha lá, tem alguém ali! E parece que está bem mais triste do que você…

Elvis: Vamos até lá! Quem sabe ele não se anima e vem conosco?! (eles andam até onde está o menor, e a Chiquinha começa a falar)

Chiquinha: Oi, como vai? Porque você está tão triste?

Menor: Oi nada… E sai daqui, eu não tô afim de papo!

Elvis: Puxa, que mal educado! Vem, vamos embora! Deixa ele pra lá!

Chiquinha: Olha Elvis, minha avó uma vez leu para mim uma coisa muito legal: “Se alguém vê seu amiguinho triste, e vira seu coração para ele, esse alguém não ama a sua própria vida!”. Por isso, eu só vou sair daqui depois que ele me escutar!

Menor:(arrependido do que falou) Puxa… Nunca ouvi uma frase como essa em toda a Terra da Tristeza. Desculpe a minha grosseria…

Chiquinha: Tudo bem…Mas porque você está aqui?

Menor: Bem, eu não tenho pai, nem mãe, nem irmãos… não tenho ninguém… Nem um nome eu não tenho!

Elvis: Ah, então isso não é mais problema. A partir de agora você é meu ajudante, vai carregar a minha guitarra, e seu nome vai ser… TIRIRICA!

Menor/Tiririca: Que legal! T-I-R-I-R-I-C-A! Isso é fantástico! Eu nunca tive nome nem amigos, e agora eu tenho os dois!!!!!
(enquanto os três se abraçam e festejam, toca uma música para a entrada do robô. Música com muitos metais, de preferência.)

Robô: (revoltado com o barulho) Isso não computa! Isso não computa! Que barulhada é essa??

Tiririca: Robojento, Robojento, sabe o que aconteceu? Eu agora tenho um nome e dois amigos! Vem cá, deixa eu apresentá-los!

Robô: Ô garoto! Será que você não vê que eu estou tentando calcular o caminho para o tesouro??

Chiquinha: O quê!!?? Por acaso você falou em tesouro??

Tiririca: É, ele tá sempre ocupado calculando isso… eu já desisti de procurar…

Robô: Oh, não! Mais uma criança enjoada para me atrapalhar!

Elvis: Que coisa! Será que todos aqui são mal educados?

Chiquinha: Seu Robojento, minha vó uma vez me disse assim: ” Não deixe que o dia passe e você continue amargurado, por que o amor derrota qualquer sentimento de tristeza”.
Espero que mesmo você sendo um robô, entenda isso direitinho!

Robô: Hmmm… Isso não computa, mas é muito interessante… Eu até poderia gravar em minha memória…

Tiririca: Então, Robojento, se você sabe o caminho para o tesouro, porque não nos leva até lá?

Robô: Ah, isso é o de menos… o problema é o Pirata Malvado, que não deixa ninguém chegar perto…

Chiquinha: Ah, eu já vi esse Pirata, e não o achei tão malvado e forte assim. Se nos unirmos, poderemos acabar com ele!

Todos: É isso aí! Vamos lá!

(ao som da música do Robô, ele os guia para o tesouro, dando uma ou duas voltas no palco. Ao pararem, se assustam ao ver o Pirata, Chiquinha fica à frente do grupo)

Pirata: Hahaha! Ninguém tocará nesse tesouro!

Mago: Hihi… é isso mesmo, ó idolatrado, vitaminado chefinho!

Pirata: Calado, seu verme! E vocês, quem pensam que são? É preciso muito mais do quem um cantor falido, um robô idiota e uns moleques de rua para me desafiar! Mago, pare de puxar o meu saco, e congele-os, agora!!!

Mago: Salabimmm, saravá… cabrumm…pimpim!(ao terminar as “palavras mágicas”, joga um pouco de confete prateado em cima de todos, que ficam congelados. A posição deles deve ser de meia-lua)

Chiquinha: (à medida que ela vai falando, vai descongelando. A mesma coisa para os outros. O mago e o Pirata vão ficando apavorados.) Pessoal, escutem bem! Acho que eu já descobri qual é a desse Pirata de meia-tigela!
Quanto mais tristes e amedrontados nós ficarmos, mais ele terá poder sobre nós! Elvis, o seu fracasso como cantor não diminui o que você realmente é. Você é importante para nós!

Elvis: Puxa… É mesmo! Eu nunca havia pensado assim!

Chiquinha: Robojento, você não precisa passar o dia se zangando e reclamando. A vida é bem mais do que se pode calcular! Basta viver!

Robojento: Isso computa…Isso computa!

Chiquinha: Tiririca, você não precisa viver de roubos e esmola. Você não é tão carente quanto pensa! Nós o amamos e seremos sempre seus amigos!

Tiririca: É mesmo! Daqui para a frente, não serei mais triste!

Chiquinha: Olhem! O encanto se desfez!! Vamos cantar uma música bem legal e derrotar esse Pirata Bobão!
(música e coreografia: Sansão (pelos poderes de Deus eu tenho a força). o Pirata e o mago saem derrotados, se arrastando)

Chiquinha: Olhem! Derrotamos o Pirata! Viva!!

Elvis: É mesmo! Venham, vamos pegar o tesouro e sair desse lugar!
(todos abrem o baú, pegam a faixa e a mostram para as crianças. Uma música bem suave pode ser tocada enquanto a Mensagem é dada.)

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