Autores: Damy e Doneivan F. Ferreira
Introdução:
Em 1994, os matemáticos israelenses, Elyahu Rips, Doron Witztum e Yoav Rosenberg, publicaram um estudo no Jornal de Ciência Estatística (Journal of Statistical Science – Statistical Science 9:429-438), sobre o que eles chamaram de ELS, “Equidistant Letter Sequences” (Seqüências de Letras Eqüidistantes) no livro de Gênesis. Segundo tradições de judeus ortodoxos, o “Torah” (Pentateuco – os primeiros 5 livros da Bíblia) foi ditado por Deus a Moisés letra por letra e, que embutido no texto existem nomes e eventos. Neste estudo os três acadêmicos programaram um computador para escanear (neste caso, transferência eletrônica de dados em papel para um arquivo eletrônico) o livro de Gênesis e tentar localizar a cada “n” seqüência de letras (onde “n” pode ser qualquer número inteiro) os nomes de 32 sábios que viveram entre o 9º e o 18º séculos. Eles afirmam ter achado quase todos os nomes. Esta pesquisa está sendo levada a frente por uma instituição chamada “Aish Ha Torah”, fundada pelo Rabi Noah Weinberg.
O que é exatamente este método? Este método é também chamado de “Skip Code” (código de pular letras, palavras, etc.) e consiste em conectar todas as palavras do “Torah” (304 805 letras hebraicas) em uma única seqüência contínua (sem espaços entre as palavras) de letras. Feito isso, dá-se início ao processo, começando da primeira letra (ou qualquer outra) “pulando” (ou omitindo) letra por letra em uma determinada distância (ou intervalo de letras). Se o programa não achar nada, ele recomeça da segunda letra usando o mesmo intervalo (distância) e percorre novamente toda a seqüência de letras. Após o término de todas estas seqüências, inicia-se o processo novamente, usando-se um intervalo (número de letras) diferente. São literalmente milhões de operações.
Além desse método, também são usados pelo programa outras “facetas” ou “ginásticas estatísticas”. Exemplo:
(1) “Gematria”: substituição de números por letras do alfabeto hebraico de acordo com certa metodologia.
(2) Substituição de letras, onde é usado um método chamado “Atbash” que substitui a primeira letra do alfabeto pela última, a segunda pela penúltima e assim por diante.
(3) Busca de texto sem espaçamentos, que permite mostrar trechos contínuos sem nenhuma separação entre palavras, produzindo linhas sem interrupções e de acordo com um número de letras (distância) pré-determinadas. Isto permite fazer leituras em várias direções e de várias maneiras (vertical, horizontal, diagonal, de trás para frente, etc.).
(4) Análise de letras, que permite a estatística completa de cada letra (quantas vezes aparece, a distância da anterior e da posterior, etc.).
(5) etc. O programa está em hebraico, já que essa é a língua dos originais.
Acompanhando as pesquisas, um jornalista americano escreveu um livro que está causando grande reboliço no mundo. A chamada publicitária feita pelo autor é a seguinte: “Por três mil anos um código na Bíblia permaneceu escondido. Agora ele foi decifrado por computador – e este código pode revelar nosso futuro”. O Livro é “O Código da Bíblia” (The Bible Code) e o autor é o Sr. Michael Drosnin. Como vimos, a “descoberta” não foi dele, mas é ele que está ficando rico com ela. O autor afirma que a prova foi aceita por vários matemáticos famosos no mundo.
O autor segue dizendo a respeito de seu livro: “este livro é o relato completo da descoberta científica que pode mudar o mundo… o código bíblico de três mil anos de idade prediz eventos que aconteceriam milhares de anos depois que a Bíblia fosse escrita.” O autor cita previsões exatas sobre o assassinato do presidente americano J.F. Kennedy, o atentado terrorista em Oklahoma City, a eleição de Bill Clinton, eventos desde a II Guerra Mundial até o escândalo de “Water Gate”, sobre o holocausto da Alemanha, Hiroshima, a ida dos americanos á lua, a colisão do cometa em Júpiter, etc. O autor diz ter descoberto que o primeiro ministro israelense, Yitzhak Rabin ia ser assassinado…
Em suas conclusões, Drosnin diz que ninguém sabe realmente se o código bíblico revela precisamente o que está para vir. Segue ele dizendo que o código pode ser um aviso para este mundo de um perigo sem precedentes, “talvez um Apocalipse real”. Outra interessante conclusão do autor é de que “o código da Bíblia nos força a aceitar o que a Bíblia mesmo nos pede para aceitar: que não estamos sozinhos… e levanta a questão sobre se o código descreve um futuro inevitável ou uma série de possíveis futuros cujo o final nós ainda podemos decidir”.
Pensando eu ter lido tudo a respeito da nova “onda”, deparei-me com um livro que foi lançado em 1995 e que aproveitou o embalo do sucesso do livro citado acima para fazer uma campanha de “desencalhe”… existem oportunista em todas as áreas e esses sim estão realmente fazendo dinheiro. O Sr. James Harrison lançou o livro “O Padrão e a Profecia: O Grande Código de Deus” (The Pattern & The Prophecy: Gods Great Code), que diz que através de um possante computador pessoal foi capaz de resolver e preencher muitas lacunas deixadas no livro de Drosnin e revelar “segredos” entre as páginas da Bíblia. Segundo ele, este é o livro que todo “cristão inquiridor” sempre desejara possuir e, também segundo ele mesmo, muitos estariam chamando seu livro de “O Livro do Milênio”. Harrison indica algumas das coisas que o livro fará para seu leitor, que são: apresentar provas que serão exigidas pelos ouvintes incrédulos onde ficará evidente a “assinatura de Deus”; diz mostrar o simbolismo a respeito da salvação no nome de Jesus Cristo e aproveita para condenar o livro de Drosnin por não mencionar Jesus em seus achados; diz mostrar como o nome Jesus está codificado em Gênesis 1:1 (“A Primeira Lei”), em Apocalipse 22:21 (“A Segunda Lei”); como o nome Jesus liga esses dois versos (“A Terceira Lei de Matemática Bíblica”) (?!); diz que o leitor ficará profundamente inspirado por essa “fascinante visão do Livro Santo de Deus”.
Como parece haver dinheiro para todos neste negócio, não me assustei com o terceiro resultado de minha pesquisa. A empresa Computronic Corporation, um grupo israelense líder no setor de traduções e programas de informática, desenvolveu um programa de computador que está sendo distribuído por outra empresa Israelense, a GraphoNET, Ltd. Neste programa as pessoas podem fazer suas próprias pesquisas, procurar na Bíblia seus nomes, nomes de parentes, políticos, de um professor carrasco que você afirmava ser a “Besta do Apocalipse”, etc.
Essa estória de códigos secretos que desvenda mistérios selados na Bíblia por milhares de anos não é novidade. Através dos séculos e principalmente nas ultimas décadas, muitas pessoas aparecem dizendo ter “decifrado o código”. Essa febre ocupa agora nos Estados Unidos um grande espaço na TV e nos meios de comunicação escrita. Mas qual o motivo desta febre justamente agora? É que a novidade agora fica por conta do uso da alta tecnologia dos computadores.
Veja a explicação do Dr. Hugh Ross, astrofísico cristão que escreveu alguma coisa a respeitos destas “aventuras estatísticas”: Ele diz que estatística não é o problema. O problema é o abuso da mesma. Especialistas concordam que a probabilidade de se achar uma mensagem complexa dentro de uma seqüência limitada de palavras ou frases é tão pequena que “simples coincidência” não pode explicar um achado como esses. Mas é justamente aí que jaz a falácia. Eles dizem que o tamanho de sua amostragem é pequeno e que há uma mensagem importante. Nenhuma dessas declarações é verdadeira. Dr. Ross acrescenta os pontos que resumo a seguir:
* O intervalo de 50 letras não representa a única seqüência que poderia ser procurada. Cada 2º , 3º , 4º,5º , etc., letra poderia ser também pesquisada. A possibilidade de se encontrar uma breve mensagem em centenas ou milhares de seqüências de intervalos de letras (1/n) é relativamente alta. Se nós atentarmos para não somente pular letras, mas pular palavras, sentenças, parágrafos, a probabilidade é ainda maior.
* O número de mensagens que pesquisadores estão dispostos a considerar significante não está limitado somente a uma. A possibilidade de se achar uma entre mil ou um milhão de diferentes mensagens inseridas em uma seqüência de intervalos é bem maior do que achar uma mensagem significante em uma amostragem única.
* A Bíblia é composta de não somente um livro, mas vários. A probabilidade de se encontrar uma breve mensagem em uma seqüência de intervalos em um de 66 livros é muito maior do que se encontrar uma mesma mensagem em um só dos livros.
* Se as letras ou palavras nas seqüências de intervalos são muitas comparadas com o número de letras e palavras incluídas na mensagem, a probabilidade de se achar uma mensagem, novamente aumenta substancialmente.
* Uma mensagem pode ser achada em alguma seqüência de intervalos para qualquer livro que exceda algumas dezenas de milhares de palavras. Exemplo: Muitos muçulmanos insistem que o “Quran” é o livro santo de Deus por causa de uma “intrigante” seqüência de letras que aparece através do livro em múltiplos de 19.
Mais uma vez encontramos uma falácia: Se um livro do tamanho do Qurna fosse escrito com letras geradas sem nenhum critério ou método ou lógica gramatical, a probabilidade de se encontrar algumas palavras repetidas em múltiplos de algum número inteiro seria de 100% (experimente isso em um dicionário).
Um dos autores diz que seu método foi aceito por vários matemáticos de várias universidades de diferentes países. Isto não aumenta em nada a credibilidade de uma teoria, já que a história está repleta de erros e até gafes aceitos por inúmeras celebridades intelectuais. Veja o exemplo da teoria da evolução como é exposta hoje e que não pode ser provada, mas a grande maioria dos segmentos acadêmicos tem esta como fato e não com teoria. Errar é humano… mas creio que ser enganado é mais humano ainda… e todos nós sabemos quem é o grande enganador.
Ainda no que diz respeito a enganos clássicos, Dr. Ross conta a respeito de um famoso astrônomo que “descobriu” que estrelas estavam orientadas em círculos perfeitos ao redor de centros comuns. Com isso, por algum tempo, ele persuadiu astrônomos que grandes explosões estavam produzindo nascimentos de estrelas em distâncias precisas de seu centro. Após algum tempo, um estudante produziu um mapa gerado em computador com milhares de estrelas desenhadas sem nenhum padrão. Na verdade o estudante achou mais círculos perfeitos que o astrônomo. O número da “amostragem” de estrelas em nossa galáxia é enorme (200 bilhões). Com esse número, qualquer um pode produzir perfeitos círculos, quadrados, triângulos ou qualquer outra coisa… são falácias estatísticas.
Veja só o caso da previsão sobre a morte do Primeiro Ministro de Israel. Qual é a probabilidade de alguém achar o nome dele na Bíblia usando algum desses métodos? Parece ser muito grande. Qual é a possibilidade de alguém fazendo o que ele estava fazendo, lidando com os problemas milenares que ele estava lidando e que envolvia povos como os de Israel e os da Palestina, ser assassinado? Também parece ser muito grande.
Um filme americano com o ator Steve Martin (“Leap of Faith” – Paramount Pictures, 1992) mostrava como enredo um falso-pastor que curava e adivinhava as coisas. O charlatão falava a uma multidão de milhares de pessoas que Deus havia lhe mostrado uma pessoa entre esses milhares que se chamava “Mary Lee”. No sul dos Estados Unidos isto era análogo a encher um estádio no Ceará e falar que Deus havia mostrado um “Raimundo Nonato” entre a multidão… Isto não é milagre… é algo extremamente provável… o charlatão seguia dizendo que Deus havia lhe mostrado que essa “Mary Lee” estava com dor de cabeça… ora, depois de tanta barulheira daquele “show” e levando-se em consideração o número de “Mary Lees” presentes, as probabilidades ainda continuam muito altas. É a mesma coisa que acontece com a astrologia e outros métodos do tipo. Dizer que uma pessoa nascida em tal data terá um dia bom ou ruim e achar alguém nascido na data referida que está tendo tal dia, é de 100%.
Cristãos não estão isentos de cometer tais gafes no que diz respeito a decifrar códigos secretos da Bíblia, ou desvendar segredos embutidos nas palavras, ou marcar datas de profecias, etc. Este tipo de ginástica aritmética acarreta muitos danos para a causa do Evangelho. Recentemente o presidente da “Family Radio”, uma rede internacional de rádio evangélica com sede nos Estados Unidos, disse que sempre leu a Bíblia com seus olhos treinados de engenheiro e passou a atentar para o livro sagrado com uma diferente perspectiva. Com isso ele se julgou capaz de prever a volta de Cristo. Como todos, e até ele, já sabe, tal “código” estava errado. Muitas pessoas usando dos mais criativos métodos, já identificaram várias “Bestas do Apocalipse”.
O Papa, por causa das inscrições em sua coroa, Henry Kinssiger o Estadista Americano (transformando as letras de seu nome em seus equivalentes gregos), Ronald Reagan (por que havia seis letras em cada um de seus três nomes), Bill Gates (com o criativo método de transformar as letras em seus equivalentes gregos, adicionando o nome de sua companhia e de seu produto “Windows 95″…), etc. Não se assuste se em alguns desses muitos métodos seu próprio nome se enquadre nesta lista de “achados”. A probabilidade de seu nome se encaixar em algum desses métodos é muito grande.
Usos e Abusos dos “Códigos da Bíblia”
O Rabino Daniel Mechanic, um pesquisador e palestrante internacional na área dos códigos do Torah, criticou, em um artigo entitulado “Uma resposta a Yacov Rambsel e Grant Jeffrey”, a propaganda sensacionalista feita pelos cristãos. Yacov Rambsel, é pastor e o autor do livro Yeshua (Jesus), e Grant Jeffrey, autor do livro A Assinatura de Deus. Ambos abordam temas cristãos explorando os “códigos da Bíblia”. A comunidade judaica ficou descontente com toda essa publicidade tendenciosa dada ao assunto. O Rabino Mechanic faz as seguintes observações:
1- O Torah tem 304.805 letras hebraicas. “Yeshua” (Jesus em hebraico) é composto de “Yud” e “vav,”, que são as letras mais comuns na Bíblia hebraica. Logo, achar a palavra “Yeshua” não é nenhum milagre.
2- Gênesis contém 78.064 letras, das quais 9.035 são a letra hebraica “Yud”. As chances de se encontrar a palavra “Yeshua” somente nesse livro, são de mais de 18 milhões.
3- A palavra judaica de 3 letras “Yeshu” (Jesus), é ainda mais fácil de ser encontrada.
4- A novela War and Peace (Guerra e Paz), traduzida para o hebraico, contém números de letras similares ao Torah. Em suas primeiras 78,064 letras (correspondentes ao número de letras do livro de Gênesis), a palavra “Yeshua” ocorre 2.055 vezes. Nas primeiras 304,805 letras (correspondente ao mesmo número de letras do Torah) da mesma novela, a palavra “Yeshua” aparece mais de 10.000 vezes.
5- A palavra “Yeshu” aparece também na novela, e, também pelo mesmo método, pode-se achar 10 outras palavras que começam com as letras “Yud” e “Shin” (as duas primeiras letras de “Yeshua”). Exemplo: Yishai, Yeshaya, Yashuv, Yishvi, etc.
6- O nome de “Lenin” também foi encontrado na mesma passagem dita ser uma passagem messiânica codificada. O nome “Reverendo Moon” também foi encontrado 4 vezes no mesmo trecho.
7- Ainda com o mesmo método, pode-se achar “Mohammed”, Maomé, 2328 vezes; Krishna,, 104 vezes; Koresh (lider fanático que levou dezenas de pessoas a morte no Texas), 2729 vezes.
8- A frase “Yeshua Shemi” (“Yeshua é meu nome”), foi encontrada no capítulo 53 de Isaías. Mas, com a mesma metodologia, foi encontrado, 21 vezes (que e múltiplo de 7, que é um número muito significante), a frase “Mohammed Shemi” (Maomé é meu nome). Da mesma forma, foram encontrados “Koresh Shemi” (Koresh é meu nome), 43 vezes; “Buddha Shemi” (Buddha é meu nome); “Lenin Shemi” (Lenin é meu nome), 18 vezes.
9- Também foram encontradas as frases: “Dam Yeshua” (o sangue de Yeshua), “Dam Mohammed” (o sangue de Mohammed) e “Dam Koresh” (o sangue de Koresh).
10- O Rabino Daniel Mechanic menciona que essas coincidências negativas a respeito de Jesus que foram encontradas no Torah, já eram conhecidas há vários anos, mas o consenso unânime entre eles era de que essas extrações não eram válidas, pois elas eram facilmente derrubadas pela estatística e, por isso, não provavam nada. Seria então “desonesto e ofenderia a crença de outros grupos”.
A morte de Lady Di Drosnin revelou ter encontrado o nome da princesa Diana e algumas informações a respeito de sua morte. O primeiro problema com tudo isso é o da impossibilidade da previsão do futuro com esse (ou qualquer outro) método. Para que o pesquisador encontre tal informação, ele tem que programar o computador para procurar a informação exata que ele está buscando. Exemplo: “Diana”, “morte”, “morrer”, “acidente”, “1997”, ou qualquer outra palavra relacionada com o acidente. Logo, o pesquisador já está ciente do acontecimento.
O pesquisador diz que o nome “Lady Di”, foi encontrado com um intervalo de 299 letras entre Gênesis 3.22 e 5.12. Logo a seguir, ele acha, sem nenhum intervalo, a expressão do texto original “você tirou meu sangue”. E, por fim, abaixo do nome da princesa, a seqüência de letras “zadik” que de trás para frente e mais algumas metodologias (ginásticas), torna-se “tzalam”, que quer dizer “fotógrafo”, uma palavra moderna.
Vejamos o que a Bíblia (sem códigos secretos) nos revela:
* Em Col.1.24-29; 2.1-8, o apóstolo inspirado mostra que Deus revelou o ministério que esteve oculto e agora foi revelado a todos os santos. Deus não deixaria tanta coisa oculta por tanto tempo até os tempos dos computadores. Fica o alerta do verso 2.4: “…ninguém vos engane com raciocínios falazes.”
* que era necessário ao homem saber, foi escrito e não ficou em código (Rom.15.4; 2 Tim.3.16,17).
* próprio Deus fez questão de escrever com Seu dedo o decálogo (Ex.31.18; 32.16) e esses não estavam em código, mas em palavras.
* Em Hab. 2.2, Deus ordenou ao profeta que escrevesse a visão e a tornasse bem legível para que pudesse ser lida até por quem passasse correndo. Não há como entender que Deus tenha deixado coisas em código para o final do século XX. A mesma idéia pode ser encontrada em Isaías 8.1, em que Deus manda escrever em “estilo de homem” (não em código ou em estilo de computador, ou outro qualquer).
* Os limites – comunicação clara – 1 Cor.4.6: “…para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito…”
* Uma das mais interessantes passagens bíblicas a esse respeito está em 2 Pedro 1.16, onde ele fala de “fábulas artificialmente compostas”. Destaco:
a. Fábula: a palavra é “mithos” = mito
b. O termo grego para “artificialmente” é “sesofisménois”, uma derivação de “sofia” (sabedoria), mas que no caso aqui quer dizer: “inventar engenhosamente”. Evidentemente, de “engenhosamente”, vem a palavra “engenharia”, que pode nos levar ao contexto do computador.
c. Com base nesta palavra de Pedro, podemos dizer que esta história do código da Bíblia é mais um trabalho dos falsificadores da Palavra de Deus, conforme 2 Cor. 4.2. “…pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade”.
*A mensagem geral da Bíblia é clara: “Mensagem de Salvação” – as Boas Novas do Evangelho. Não há códigos. Veja 2 Cor.4.3,4: “…mas se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Deus, o qual é a imagem de Deus.”
A conclusão dos pesquisadores é de que nós não estamos sozinhos… será que seria realmente necessário aguardar milhares de anos para chegarmos a essa conclusão? O interessante é que o mais humilde dos salvos por Jesus já sabia disto sem o uso de um potente equipamento eletrônico. “Deus conosco”… não estamos sozinhos!
Falou-se da possibilidade disso tudo ser um “aviso” sobre um perigo sem precedentes. A Bíblia por si mesma, sem códigos, já nos avisa deste perigo. É o perigo da morte eterna! Falou-se também da possibilidade de se mostrar um futuro inevitável ou uma série de possíveis futuros, dos quais poderíamos ainda decidir os resultados. A Bíblia nos mostra o que está para vir e nos deixa com a responsabilidade de fazermos a escolha de nosso futuro. Não temos vários possíveis futuros, mas apenas dois: vida ou perdição.
As pessoas que promovem esses livros tem usado o texto de Mat. 7.7, “…buscais e achareis…”, mas como vimos, a Bíblia condena a busca mistérios deste tipo e as mensagens esotéricas.
Damy e Doneivan F. Ferreira