Eclesiastes 1:3 – Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
Se há uma coisa que nós apreciamos muito, é quando nosso trabalho flui de maneira que somos notados e respeitados por aqueles que nos observam.
Quero contar uma pequena fase de minha vida: Tinha somente 19 anos e estava pensando em me efetivar numa profissão perigosa; caminhoneiro. Era ajudante de caminhoneiro, viajava com o motorista de Vitória(ES) à Belém(PA), voltando ao Rio de Janeiro(RJ), indo à Porto Alegre(RS) e finalmente retornando a origem, Vitória(ES). Não era um caminhão, era uma carreta que, carregada de café em grãos, pesava suas 30 toneladas. Certos trechos daquelas estradas (só de madrugada) eu assumia a direção e dirigia por mais de 5 horas sem parar, enquanto isso o motorista dormia o sono dos justos. Para não pegar no sono ao volante tomava uns comprimidos (denominado “rebite) com coca-cola ou café bem forte e meus olhos nem piscavam, ficava aceso o tempo todo. Só parava no local combinado pelo motorista, pois na curva seguinte havia um posto da Polícia Rodoviária. Ele tomava a direção porque eu não era habilitado para aquela carreta, só para carro de passeio. Mas haviam certos postos que eu podia passar dirigindo pois ali qualquer R$ 10,00 os guardas aceitavam depois de ver minha habilitação.
Você acha isso perigoso? Talvez não! Mas se você visse o que eu via nas estradas a noite, depois de cada curva, com 30 toneladas de café em grãos nas nossas costas. Eu queria ser notado pelos meus pais, pelos meus amigos, pela minha namorada e, por que não, por Deus? Eu era capaz de dirigir aquele monstro, porque não conseguiria proezas maiores?
Nosso texto acima nos pergunta sobre proveito, que proveito teria depois de tudo isso? Valeria a pena me drogar daquela maneira? Valeria a pena subornar guardas? Valeria a pena tentar enganar a Deus burlando a lei dirigindo uma carreta que minha habilitação não permitia? Sabem, não vale a pena nada disso. Não valeu a pena para mim, a não ser uma coisa: a experiência na estrada me serviu para uma única vez, anos mais tarde, poder ajudar um motorista bêbado que não conseguia manobrar sua carreta, fui lá e manobrei; me senti muito bem.
Talvez seu trabalho seja bem mais simples de executar do que aquele meu, mas saiba que Jesus Cristo está observando cada passo nosso, se seremos pessoas corretas ou incorretas com relação ao nosso trabalho.
Que você, ao voltar para casa, possa encostar sua cabeça no travesseiro e confessar: Deus está contente comigo, tirei proveito de meu trabalho e não prejudiquei a ninguém a mim e nem a Deus.
Em Cristo Jesus.
Autor: Pr. Norberto Carlos Marquardt