Um Abismo Entre os Fóruns Social e Econômico

Dizem que o Presidente Lula fez uma ponte entre o Fórum Social e o Fórum Econômico que nenhum outro poderia. Tomara que isto ajude para que o mundo tenha mais justiça com menos pobreza e guerras. Mas para que um outro mundo seja possível, esquecem que alguém já fez uma ponte entre estes dois abismos, alguém que nenhum outro, nem Lula ou qualquer líder mundial poderia. Porque não é o abismo entre os pobres e os ricos, entre o sistema socialista e o capitalista, ou qualquer outra coisa que se discutiu em Porto Alegre, que separa as pessoas. “São os pecados de vocês”, responde o profeta, “que os separam do seu Deus” (Isaías 59.2).

Pelo simples fato dos problemas deste mundo terem uma só causa – que é esta separação de Deus, que é o pecado, mais uma vez todo o esforço de um fórum mundial pouco ou nada adiantará para um mundo melhor. Isto porque a única ponte entre Porto Alegre e Davos, entre judeus e palestinos, entre pessoas e pessoas, é este indicado pelo apóstolo: “Pois o próprio Cristo nos trouxe a paz, fazendo dos judeus e dos não judeus um só povo. Por meio do sacrifício do seu corpo, ele desfez a inimizade que os separava como se fosse um muro” (Efésios 2.14).

É claro que estas reuniões e debates dos povos em busca de soluções políticas para um mundo melhor sempre ajudam e merecem o apoio também das igrejas cristãs. Mas se os cristãos omitirem o Evangelho de Cristo em tais fóruns, é melhor que fiquem em casa lendo a Bíblia. Ou que vão mas representando qualquer organização não governamental ou grupo, menos a igreja cristã. Porque se alguém quer falar em nome de Cristo, precisa ter aquela mesma credencial e mensagem do apóstolo que disse: “estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós: em nome de Cristo, deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele” (2 Coríntios 5.20).

Num tempo quando não se falava em globalização, o evangelista escreveu que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Disse isto quando a situação política e social não era diferente de hoje. O império romano dominava o mundo pela espada assim como hoje os países ricos dominam pelo sistema capitalista. A pobreza, a fome e as guerras eram as mesmas. Com a aparição de Jesus levantaram-se entre os judeus expectativas de uma vida melhor. Mas Jesus decepcionou falando de outro reino, um mundo de arrependimento, fé e amor.

Pois a solução que Deus tem continua não agradando porque antes de haver uma transformação no mundo é preciso que as pessoas “deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança das suas mentes” (Romanos 12.2). Deus nunca terá a resposta para este mundo que clama por justiça enquanto não existir esta transformação. Os ricos não vão repartir o que têm, os pobres continuarão existindo e morrendo de fome, e o Criador permanecerá em silêncio sem responder aquelas perguntas erradas da humanidade. Assim como Jesus não respondeu quando foi procurado por alguém que reivindicava por justiça na divisão da herança de seu pai: “quem me deu o direito de julgar ou de repartir propriedades entre vocês?”. Já com seus discípulos, o Salvador repetiu a grande lição para todos os problemas terrenos: “Ponham o Reino de Deus em primeiro lugar nas suas vidas, e Deus lhes dará todas essas coisas” (Lucas 12.14, 31).

É por vivermos num mundo debaixo da maldição do pecado onde os homens “querem muitas coisas … e estão prontos até a matar para consegui-las” (Tiago 4.2), que outro mundo só será possível no novo céu e na nova terra (Apocalipse 21). Enquanto isto permanece a única ponte (João 14.6) entre os dois abismos, sem a repercussão mundial que merece mas tirando muita gente da eterna pobreza.

Autor: Pastor Marcos Schmidt – marsch@terra.com.br

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