Um bocado de pão

Um bocado de pão

Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo: Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente. Levantou-se, pois, e foi para Sarepta. Chegando ele à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d’água, para eu beber. Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um bocado de pão contigo. Ela, porém, respondeu: Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de farinha na vasilha, e um pouco de azeite na botija; e eis que estou apanhando uns dois gravetos, para ir prepará-lo para mim e para meu filho, a fim de que o comamos, e morramos. Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás para ti e para teu filho. Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. Ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e ela e a sua casa, durante muitos dias. Da vasilha a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias. (1 Reis 17.8-16)
Em nossos dias, pensamos que as pessoas não passam por privações. Pelo menos as do nosso grupo de convivência. Na maioria das vezes que vemos os pedintes nas ruas, ficamos chateados, achamos que não querem trabalhar ou que estão tentando tirar o que com muito esforço conquistamos.
Como é difícil para nós aprendermos a dividir quando a situação está complicada. Nossa mentalidade é que devemos somar e multiplicar. Não gostamos de subtrair e dividir. Queremos sempre mais.
Em tempo de fartura, as coisas estragam. Não nos preocupamos com nada. Tudo é festa. Em tempo de escassez aprendemos a valorizar as pequenas coisas. Também aprendemos a ser generosos e misericordiosos.
O nosso texto fala do profeta Elias. Ele deveria ir até a cidade de Sarepta de Sidom e lá seria alimentado por uma viúva. Até aí tudo bem. Contudo, quando vemos que a mulher só tem um pouco de farinha para fazer dois pequenos bolos a situação fica complicada. O homem pede que ela lhe faça um bolo. Se isso acontecesse connosco o que faríamos?
Creio que o mandaríamos dar uma volta. Talvez nossa declaração fosse: – Não te conheço de lado nenhum. Vai trabalhar!
Entretanto a mulher faz o bolo para Elias. Alimenta-o e depois é que vai cuidar de si e do seu próprio filho. Quando olho para esse texto aprendo o seguinte:
A solidariedade é uma característica dos que sabem como a vida é difícil. Quem tem pouco e vive com pouco sabe dividir e esticar o pouco que tem para ajudar outros.
A solidariedade nos faz ver que há pessoas em situações piores do que a nossa. Elias não tinha nada. Ela ainda podia fazer dois bolos.
A solidariedade nos capacita a cuidar dos que estão sem nada. Elias é amparado por uma mulher que não o conhece.
O resultado da história é que não faltou comida para eles. Aconteceu um milagre de Deus. Pois é, Deus opera maravilhas, mas para que a multiplicação de Deus aconteça, nós precisamos aprender a lição da divisão.
Antes de achar que nossa situação é a pior de todas, olhemos à nossa volta. Há pessoas em situações muito piores. Talvez, estas pessoas sejam aquelas que Deus enviou a nós para que possamos agir como a viúva.
Queremos multiplicar as coisas? Aprendamos então a dividir. Não é o ter por ter. É o ter para servir.
Vamos orar:
Senhor há momentos em que a vida parece ficar sem sentido. Nos tornamos insensíveis a dor do nosso semelhante. Entramos na azáfama da vida e só queremos somar e multiplicar. Esquecemos de dividir e subtrair. Nos tornamos egoístas ao ponto de não vermos o sofrimento das pessoas à nossa volta.
Perdoa-nos por sermos tão insensíveis. Perdoa-nos por não demonstrarmos amor ao nosso semelhante. Perdoa-nos porque temos uma panela cheia, onde muitas vezes sobeja e estraga e nós não temos a coragem de dividir.
Pai, em nome de Jesus, ajuda-nos a ser solidários. Ajuda-nos a sentir a dor do nosso próximo como se fosse a nossa própria. Que tenhamos a coragem de dividir, que possamos ser solidários.
Perdoa às nossas fraquezas e os nossos erros é o que pedimos em nome de Jesus.
Amem!

Autor: Marcos Amazonas dos Santos

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