Quando eu me converti, congreguei numa Igreja em que vários irmãos iam cantar no púlpito. Diziam que eram pessoas que tinham a unção do Espírito Santo e por isso conseguiam tocar o coração da Congregação. Nessa época, o pastor via que eu não gostava muito dos cantores e alguns irmãos também repararam isso. E isso foi acontecendo várias vezes até o momento que fui convidado a tocar no Louvor. Senti que o pastor ficou muito feliz com a minha presença entre os outros músicos, mas sempre me intrigavam aquelas pessoas que cantavam no púlpito. O que me intrigava é que muitas delas não tinham a mínima condição de estarem cantando lá na frente, mas despertava nos irmãos o ato de louvar ao Senhor. Eles não estavam muito preocupados se estavam afinados ou não, apenas acreditavam que eles traziam a presença do Espírito Santo naquele lugar. Eram os mais diversos tipos de temas: caminhoneiro do Senhor, etc. etc. Até que, certa vez o presbítero daquela igreja me perguntou: – O que você pensa a respeito de quem canta no púlpito??? Bem, vendo que muitos deles cantavam temas que falavam do homem e que não eram de louvor; ou outros que não tinham os famosos playbacks e começavam a cantar a seco sem Ter conhecimento nenhum de música e nem percepção musical acabei dizendo que isto deveria ser mais organizado. Disse ao presbítero: – Acho que essas pessoas que querem cantar com acompanhamento dos músicos, deveriam ao menos ensaiar um dia antes para saberem em que tom deveriam tocar. Isso aqui é muito bagunçado!!! Muita gente que canta sem Ter a mínima condição. Então o presbítero me disse: – O que vale é a unção!!!! Naquele mesmo dia, o pastor se manifestou no momento do Louvor (olhando prá mim) dizendo: – Isto não é um “show de calouros”.
Desde aqueles dias, senti que ali não era o meu lugar, pois via que o louvor não era prá Deus, e sim para aqueles que estavam lá na frente apenas para receber o status de “cantor do dia”. Aqueles foram meus últimos dias naquela igreja.
Senti o coração o Senhor me chamando para congregar em outra Igreja. O que eu vi? O Senhor falando àquele povo através do Louvor. Ali, senti realmente o que era a presença do Espírito Santo, o que era a verdadeira unção do Deus que liberta. Ali, o Senhor tocou verdadeiramente no meu coração. Sentia que aquele grupo de Louvor que ali estava, levando a congregação a louvar o Senhor estava buscando o verdadeiro Deus e buscando a sua sabedoria para ministrar o louvor agradável a Ele. Mas, faltava alguma coisa: a técnica.
Mas o que valia a pena ver é que eles buscavam isso. Pode ser que não tinham condições de pagar uma boa escola de música, mas procuravam pesquisar tudo o que podiam. Era aí que vi o propósito que Deus tinha para aquele grupo: levar o conhecimento técnico.
Naquela época, fui batizado nas águas e a partir dali comecei a servir no Ministério de Música. Sentia naqueles irmãos o anseio de sempre querer aprender mais e mais, tanto da Palavra como da técnica. Consegui aprender muito da palavra com eles. O tempo foi passando e acabei assumindo a liderança do grupo.
Nesta mesma época, a liderança da Igreja abriu um espaço para todos os membros que quisessem cantar no púlpito e louvar o Senhor. Novamente vi aquela cena triste na minha frente. Pessoas quebravam a seqüência do culto com músicas que nenhuma relação tinham com o tema que era pregado, ou que às vezes nem eram de Louvor. Cheguei a ver um irmão chegar a cantar uma música do Pe. Zezinho (misericórdia!!!).
Desde então, vi que era uma questão complicada. Um problemão. Mas o Senhor tinha misericórdia da Congregação e no momento em que o Grupo de Louvor ministrava o Louvor, Ele nos dava palavras proféticas e de bênçãos à Congregação.
Muitas pessoas sentiam o peso da responsabilidade de cantar na frente da Congregação e acabaram se cansando de tentar. A muitos deles, dei uma palavra de tranqüilidade, mostrando que não havia a necessidade de cantar no púlpito, que poderiam louvar ao Senhor normalmente em qualquer lugar onde estivessem.
Caros irmãos, quero apenas dizer, principalmente aos líderes e Ministros de Música, que coloquem normas que preservem tanto os membros como o Ministério. Você já imaginou se um dia, o Senhor se manifestar através do Louvor e, quando convidar um irmão que quisesse cantar, esta manifestação ser cortada bruscamente. Creio que muitos irmãos na Igreja ficariam insatisfeitos com isso e poderiam até “queimar” o coitadinho do irmão que cantou aquele hino.
Toda e qualquer pessoa que queira cantar no púlpito, primeiramente tem de se colocar nas mãos do Senhor e sentir que é realmente da vontade dele que você sirva a este Ministério. Não deixe ninguém querer fazer um “showzinho” particular ao Senhor. Ele não se agrada disso. Faça o possível para que o Louvor transcorra de forma agradável, sem estes imprevistos de última hora. As pessoas que devem estar no púlpito, são aqueles que irão ministrar o louvor, que foram chamadas para esta função, que são verdadeiros levitas na Casa do Senhor. Podemos ler várias passagens na Bíblia que falam sobre os salmistas que foram escolhidos para estarem louvando e adorando o Senhor em seu Santuário 24 horas por dia. Assim, é uma grande insensatez permitir a qualquer irmão que não tenha sido escolhido por Deus, estar cantando no púlpito.
Seja coerente, ministre o louvor que seja agradável ao Senhor. O Senhor nos chama a louvá-lo e adorá-lo em todo e qualquer lugar. Mas, no seu santuário, permita que apenas os levitas estejam ministrando o Louvor.
Assim seja. Amém!